O que matou Jesus?

Tema: CRUCIFICAÇÃO  

Jesus na cruz céu nublado

“Então, Jesus clamou em alta voz: 
Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! 
E, dito isto, expirou” Lucas 23.46

Introdução: O evangelista Lucas era médico (Colossenses 4.14), mas embora poderia atestar a causa mortis de Jesus, dando seu parecer clínico sobre o que de fato o teria feito morrer, preferiu deixar claro que ele se entregou voluntariamente.
A morte por crucificação era tão horrível e dolorosa que poderia ter diversos tipos de causa. Muitos condenados não aguentavam o açoitamento e já morriam antes da crucificação.


O que causou a morte de Jesus?


Vamos refletir sobre possíveis causas de morte de uma pessoa crucificada e entender o que fez Jesus morrer:

1- Depressão

Lucas 22.44 “E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.”

A vergonha de ser crucificado, mesmo para um criminoso ao sentir-se culpado poderia o levar a sentir uma enorme tristeza. Quanto mais uma pessoa condenada injustamente como Jesus, que levou a culpa, o pecado, injustiça e maldade de todo o mundo (Isaías 53.4 e 12).
A tristeza que Jesus sentiu foi mais forte do que qualquer depressão. Sua agonia era tão intensa que chegou a chorar e soar como gotas de sangue (Lucas 22.44). Mas Jesus não morreu de depressão. Cristo sentiu toda nossa tristeza para hoje nos dar a verdadeira alegria.
Jesus não morreu de Depressão!

2- Desidratação

João 19.28, 29 “Depois, vendo Jesus que tudo já estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam de vinagre uma esponja e, fixando-a num caniço de hissopo, lha chegaram à boca.”

O cansaço de uma pessoa crucificada, sem se alimentar por horas, poderia lhe fazer desidratar e morrer. Muitos crucificados talvez tivessem morrido desidratados de tanto suor e sede de tanto gritar de dor expostos no sol quente.
Jesus disse que estava sedento e lhe deram vinagre para piorar, fazendo secar sua garganta. Ficou por seis horas pendurado na cruz (Marcos 15.25 e 33). Mas não foi a sede ou desidratação que matou Jesus. Cada lágrima que Jesus derramou foi para nos salvar.
Jesus não morreu de Desidratação!

3- Tétano

Mateus 27.26 “Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado.”

Uma pessoa crucificada poderia morrer de tétano porque os chicotes que se usavam, tinham pontas de ferro enferrujadas e sujas. Muitos eram apenas amarrados na cruz e mesmo assim se contaminavam pelas feridas e morriam de tétano.
Jesus, além de ser chicoteado, também foi pregado com pregos enormes que atravessaram seus pés e mãos (João 20.25). Isso poderia causar tétano em qualquer pessoa, mas não foi tétano que Jesus. Cada grito de dor de Jesus foi uma expressão de amor por nossas vidas para nos salvar.
Jesus não morreu de Tétano!

4- Hemorragia

João 19.34 “Mas um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.”

O sangramento ou até mesmo os hematomas devido ao espancamento poderiam fazer uma pessoa crucificada morrer de hemorragia. Animais como cães e aves de rapina atacavam a pessoa sobre a cruz fazendo-a sangrar ainda mais.
Jesus sangrou muito com espinhos na cabeça (Marcos 15.17), com os açoites e pregos cravados em suas mãos e pés. Mas não foi hemorragia que matou Jesus. Cada gota de sangue que Jesus derramou foi por amor a nossas vidas.
Jesus não morreu de Tétano!

5- Infarto

Mateus 27.34 “deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber.”

O terror de ser crucificado e saber que vai morrer poderia gerar tamanha ansiedade na pessoa condenada que viesse a enfartar. Além de que a pressão sanguínea e o aceleramento dos batimentos poderiam fazer a pessoa ter uma parada cardíaca.
Uma das estratégias com os crucificados era dar vinho com fel para beberem, pois essa mistura era considerada um entorpecente, que seria uma forma de anestesiar a dor e dar mais um tempo de vida.
Jesus não quis beber o vinho com fel porque preferiu vivenciar tudo de forma consciente. Mas não foi infarto que matou Jesus. Sentiu muita dor em seu peito, porque a cada pulsar de seu coração batia por amor às nossas vidas.
Jesus não morreu de Infarto!

6- Falência de órgãos

João 19.30 “Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.”

Outra causa comum para morte de pessoas crucificadas era a falência múltipla de órgãos. Todos os demais fatores citados poderiam fazer com que os órgãos vitais viessem a falecer. Neste caso os órgãos vão parando até que a pessoa morra.
Jesus estava lúcido e disposto a se entregar. Tinha forças para gritar e podia saber tudo que estava ao seu redor (Lucas 23.34). Conseguiu conversar com o companheiro ao lado falando de esperança (Lucas 23.43). Por isso não foi falência de órgãos que matou Jesus. A cada instante na cruz Jesus pensava em salvar nossas vidas. Tudo em seu corpo era para nos amar inteiramente.
Jesus não morreu de falência de órgãos!

7- Infecção generalizada

João 19.32 “Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e ao outro que com ele tinham sido crucificados; chegando-se, porém, a Jesus, como vissem que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.”

As feridas dos condenados, bem como o inchaço do espancamento que sofria poderiam fazer com que o crucificado morresse de infecção generalizada. Havia a prática de quebras as pernas dos crucificados para que morressem mais rápido (João 19.31). Esse era como um ato de misericórdia para antecipar a morte e reduzir o sofrimento, mas também era uma forma covarde de fazer a pessoa morrer.
Havia uma palavra profética de que nenhum osso do Messias seria quebrado (Salmos 34.20). O evangelista João reconhece o cumprimento desta profecia (João 19.36) e testemunha este fato. Quando o soldado foi quebrar as pernas dos crucificados, viu que Jesus já havia morrido. Então não foi infecção generalizada que matou Jesus. Ele estava firme quando morreu se entregando por amor.
Jesus não morreu de infecção generalizada!

8- Sufocamento

Marcos 15.37 “Mas Jesus, dando um grande brado, expirou.”

O peso do próprio corpo fazia o crucificado comprimir o peito com os braços estendidos e pendurados na cruz, o que fazia com que sufocasse. O peso da cabeça caindo o pescoço para frente poderia também provocar mote por sufocamento.
Jesus expirou na cruz. Não estava sentindo falta de ar. Não foi sufocamento que matou Jesus. Cristo teve forças para gritar e declarar perdão sobre a cruz (Lucas 23.34). Ajuntou forças em seu peito e expirou entregando seu espírito por nós. Cada suspiro de Jesus foi uma expressão de amor por nossas vidas.
Jesus não morreu de Sufocamento!

Jesus morreu de amor!

CONCLUSÃO

João 3.16 “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”

Sim, Jesus morreu de amor! Foi só por amor que se entregou por nós. Não existe força mais forte que o amor de Deus. Ninguém poderia matar o Autor da vida (Atos 3.15).
A tristeza de uma depressão não poderia matar Jesus.
A sede e a desidratação não poderiam o vencer.
Os pregos e chicotes não poderiam o matar de tétano.
O sangramento e feridas não poderiam o fazer falecer.
Infarto não poderia matar Jesus porque seu coração batia de amor.
Seus órgãos não faleceram porque estava pronto a se entregar.
Uma infecção não poderia derrubar o Senhor da Vida.
Não foi falta de ar que matou o Criador de tudo.
Jesus se entregou voluntariamente por amor a cada um de nós. Foi tanto amor que superou o peso da cruz, a dor dos espinhos e as feridas dos cravos. O que segurou Jesus naquela cruz não foram os pregos, mas o amor de Deus.

Jesus morreu por amor!

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Citações Bíblicas: Bíblia Revista e Atualizada, Sociedade Bíblica do Brasil.


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Pecado institucional é o erro cometido por uma instituição ou liderança que se torna de forma intencional um hábito, prejudicando pessoa inocentes. Infelizmente a injustiça faz parte da cultura da sociedade por séculos ao ponto de levar o povo ao comodismo e as instituições, bem como aqueles que têm o dever de cumprir a justiça, ignorarem o sofrimento de tantas vidas privadas de seus direitos. A igreja também é alvo e agente deste sistema injusto e muitas vezes comete erros que atingem pessoas ingênuas seguidoras de seus ensinamentos. O objetivo deste livro é despertar para as formas de injutiça em todos os níveis, principalmente no meio religioso.


Rev. Welfany Nolasco Rodrigues

Pastor Metodista, professor e escritor. 45 anos. Casado com Ássima, pai de Heitor e Hadassa. Natural de Muriaé MG. Bacharel em Teologia pela UMESP.

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