"Ponha fogo no seu sermão, ou ponha o seu sermão no fogo" João Wesley
Os esboços de pregação não têm uma forma rígida. Podem
variar muito, mas aqui vão algumas dicas que podem servir como base para sua
elaboração.
A estrutura
do esboço é a mesma da pregação.
O esboço
será então um roteiro para o pregador não se perder durante a pregação, ou
mesmo para não se esquecer dos pontos mais importantes da mensagem. Em outras
palavras, é um mapa com alguns pontos de referência.
Em resumo,
o esboço PODERÁ ter:
1- Tema e título da mensagem
2- Texto base
3- Introdução
4- Tópico 1
5- Tópico 2
6- Tópico 3
- Ilustração (?)
7- Conclusão
Vamos analisar cada parte do sermão
Tema da mensagem
É o titulo do
assunto a ser tratado, ou o “nome da mensagem”. Em alguns casos pode-se falar o
titulo na hora da pregação, outras vezes não é necessário. Mas, no esboço a
gente coloca. É bom para se ter um rumo determinado na mensagem e também
facilitar depois a escolha de um esboço entre muitos que se tem guardado.
Quem vai pregar deve ter claro o assunto que vai ser
tratado. Não basta escolher um versículo e subir ao púlpito. Isso pode até
acontecer, e Deus pode usar, mas não deve ser a regra. Pode ser que o pregador
comece a falar sobre um assunto e dali mude para outro e para outro, e, no fim,
não passou nada de consistente. Então, vamos escolher um tema definido.
Exemplo de tema: O AMOR DE DEUS
Texto base
Toda
pregação precisa ter um texto bíblico como base. Este é o fundamento que vai
dar autoridade a toda a mensagem. Normalmente, o texto é pequeno: 1 versículo
ou 2, ou 3. Raramente se deve utilizar um capitulo todo. Só quando o capitulo
estiver todo relacionado ao mesmo assunto. Se eu for falar sobre a oração do
Pai Nosso, não preciso ler todo o capitulo 6 de Mateus.
Exemplo de texto base: João 3.16
Introdução
É o início da pregação. Existem inúmeras
maneiras de se começar uma pregação. Por exemplo: "Nesta noite, eu
gostaria de compartilhar com os irmãos a respeito do assunto tal..." ou
"No texto que acabamos de ler, temos as palavras a respeito..."
Para muitas pessoas, a primeira frase é a mais
difícil. Apesar de muitas alternativas, o ideal é que a introdução seja algo
que prenda logo a atenção dos ouvintes, despertando-lhes o interesse para todo
o restante da mensagem.
Pode-se então começar com uma ilustração, um relato
interessante sobre algo que esteja relacionado com o assunto da pregação. Outro
recurso muito bom é começar com uma pergunta para o auditório, cuja resposta
será dada pelo pregador durante a mensagem. Se for uma pergunta interessante, a
atenção do povo estará garantida até o final da mensagem.
Exemplo de introdução: Você já parou para pensar como
é grande o amor de Deus? Tudo o que Deus criou foi por amor a nós. Ele nos ama
tanto que não quis nos deixar sozinhos e enviou seu Filho par nos salvar. Você
já sentiu o amor de Deus em sua vida?
Tópicos
Os tópicos são as divisões lógicas do assunto, ou a
divisão mais lógica possível. Existem outros modos de pregação como a
expositiva que segue a ordem do texto bíblico.
A divisão em três tópicos é aconselhável por ser um
número pequeno, de modo que o povo tenha facilidade de acompanhar o raciocínio
do pregador, sem perder o “fio da meada”. Podemos até mudar esse número, mas o
resultado pode ser uma mensagem complexa. Os tópicos devem ser organizados numa
ordem que demonstre o desenvolvimento natural do tema, de modo que os ouvintes
vão sendo levados a compreender gradualmente o assunto até a conclusão.
Em algumas mensagens, os tópicos podem ser argumentos
a favor de uma ideia que se quer defender com o sermão. Será bom se eles
estiverem organizados de maneira que os mais interessantes ou mais importantes
sejam deixados por último, de modo que, a mensagem vai se tornando cada vez
mais significativa, mais consistente e mais interessante a cada momento até
chegar à conclusão.
Na transição de um tópico para outro utilize perguntas
sobre o que foi falado para o ouvinte refletir sobre o tópico em sua vida
pessoal e seguida à pergunta faça uma ‘afirmação do tópico’, por exemplo: ‘Você
tem fé?’ ‘Creia, pois tudo é possível ao que crê!’. Certamente você ouvirá
muitos ‘améns’ após esta parte e estará pronto para o próximo tópico.
Não demore muito em um tópico. Se você usar seu melhor
argumento logo no início, sua mensagem ficará fraca no final. Em alguns casos,
o próprio texto bíblico já tem sua própria divisão, que usaremos para formar
nossos tópicos.
Um exemplo de divisão natural é João
3.16:
1 - Deus amou o mundo
Falar
sobre o amor de forma geral e sobre o amor de Deus.
2 - Deu o seu Filho Unigênito
O amor
de Deus em ação. Deus
não ficou na teoria.
3 - Para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna
Falar sobre o objetivo da ação de Deus.
Esse versículo é riquíssimo. Podemos elaborar várias mensagens dentro dele. É importante prestarmos atenção a esse detalhe. Se tivermos um entendimento muito profundo a respeito de um versículo, é melhor elaborar mais de um sermão do que tentar colocar tudo em um só, fazendo uma mensagem muito longa ou complexa, principalmente quando o texto permitir vários ângulos de abordagem, ou contiver mais de um assunto. Só para termos alguns parâmetros, sugerimos a duração de trinta ou quarenta minutos para um sermão. Já um estudo bíblico pode durar uma hora aproximadamente. É claro que o Espírito Santo pode quebrar esses limites, mas precisamos ter certeza de que é ele mesmo quem está fazendo isso.
Ilustrações
Ilustrações são pequenas histórias
que exemplificam o assunto da mensagem ou reforçam sua importância. Como alguém
já disse, as ilustrações são as "janelas" do sermão. Por elas entra a
luz, que faz com que a mensagem se torne mais clara, mais compreensível. Muitas
vezes, os argumentos que usamos podem ser difíceis, ou obscuros, mas, quando
colocamos uma ilustração, tudo se torna mais fácil para o ouvinte.
Existem muitas “historinhas” por aí que
não aconteceram de fato e são usadas para ilustrar mensagens. Não há problema em usá-las. Podem ser
comparadas às parábolas bíblicas. Entretanto, é importante que o pregador diga
que aquilo é apenas uma ilustração.
As ilustrações são muito importantes,
porque despertam o interesse dos ouvintes, eliminam as distrações e ficam
gravadas na memória. Pode ser que, na segunda-feira, os irmãos não se lembrem
de muita coisa do sermão de domingo, mas será bem mais fácil lembrar das
ilustrações, dos casos contados como exemplo, e, juntamente com essa lembrança,
será também lembrado um importante ensinamento.
Outro detalhe a se observar: não é bom
usar muitas ilustrações na mesma mensagem, pois a mesma perderia sua
consistência e seria mais uma coleção de contos. Como dissemos, ilustração é
luz, e luz demais pode ofuscar a visão.
Conclusão
A
conclusão será o ápice da mensagem, o fechamento. Não basta fazer como aquele
pregador que disse: "Pronto! Terminei." A conclusão é a idéia ou
conjunto de ideias construídas a partir dos argumentos apresentados no decorrer
da mensagem. Nesse momento pode-se fazer uma rápida citação dos tópicos,
dando-lhes uma "amarração" final. Nessa parte, normalmente se convida
para o posicionamento dos ouvintes em relação ao tema. Ainda não é o apelo.
O pregador incentiva as pessoas a tomarem determinada
decisão em relação ao assunto pregado. Depois desse incentivo, dessa proposta,
o assunto está encerrado e pode-se fazer o apelo, se for o caso, e/ou uma
oração final.
Exemplo de conclusão: O amor de Deus é incondicional.
Ele sempre nos amou e sempre nos amará. É um amor infinito. Desde a criação da
humanidade quando por amor nos criou à sua semelhança, até a encarnação de
Jesus para morrer em nosso lugar e eternamente Deus nos amará.
ESQUEMA PARA ESBOÇO
Deixo um esqueleto para você copiar e preencher com
seu conteúdo.
Uso cores para destacar na visualização da mensagem e
não ter que se esforçar muito para localizar.
-Tema:
Título
Texto
bíblico
-Introdução:
Pergunta de transição?
Transição para os tópicos:
1- tópico 1: versículo
base
Argumentação.
(citações bíblicas)
Afirmação do tópico!
2- tópico 2: versículo
base
Argumentação.
(citações bíblicas)
Afirmação do tópico!
3- tópico 3: versículo
base
Argumentação.
(citações
bíblicas)
Afirmação do tópico!
Afirmação conclusiva!
-CONCLUSÃO:
Argumentação resumindo o
sermão.
CONCLUSÃO
O esboço deve ser o menor possível. Pode-se, por exemplo, usar uma frase para cada parte. Pode haver determinado tópico representado por uma única palavra. O esboço é o "esqueleto" da mensagem. Coloca-se o que for suficiente para lembrar ao pregador o conteúdo de cada divisão. Se uma palavra ou uma frase não forem suficientes, pode-se colocar mais, mas com o cuidado de não se elaborar um esboço muito grande, de modo que o pregador poderia ficar perdido no próprio esboço na hora de pregar. Então, o recurso que deveria ser útil torna-se um problema. Opcionalmente, o pregador pode fazer o esboço, bem pequeno e, em outro papel, fazer um resumo da mensagem.
No púlpito, só o esboço será usado. O destino do
resumo será o arquivamento. Em outra ocasião, quando o pregador for usar o
mesmo sermão, o resumo será muito útil. Se ele tiver guardado apenas um esboço
muito curto, este poderá não ser suficiente para lembrá-lo de todo o conteúdo
de sua mensagem.
O que determina o poder da mensagem é a vida de oração
do pregador.
Bons estudos e boas mensagens!
INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
Para uma boa mensagem é preciso primeiro entender o texto Bíblico e para isso é necessário fazer uma interpretação do contexto. As perguntas abaixo ajudam na elaboração de uma boa interpretação. Praticamente em todos textos Bíblicos pode-se encontrar a resposta destas perguntas:
Passe o texto por uma prova de INTERPRETAÇÃO
com as perguntas básicas:
-O quê? De que
assunto trata o texto ou o que aconteceu.
-Quem? As
pessoas que são faladas no texto. Você pode copiar os nomes delas fazendo uma
lista ou grifar no próprio texto.
-Quando? Se texto
mostra em que momento aconteceu ou que período estava sendo falado.
-Onde? Local
onde aconteceu o fato ou foi escrito o texto.
-Como? Alguns
detalhes de como aconteceu tudo ou o que está sendo dito no texto.
-Por quê? O
objetivo da mensagem ou seu significado prático para a época e para as pessoas
que são faladas no texto e como pode servir para nós hoje.