A unção Real

Tema: UNÇÃO

Samuel unge o rei Davi

Continuação do estudo: 4 tipos de unção

INTRODUÇÃO: Um rei devia ser ungido como sinal de autoridade antes de iniciar de fato o seu reinado. Se o rei subisse ao trono sem antes ser ungido, seria considerado um usurpador da coroa. A unção é o que dava legitimidade e autoridade ao rei.
Davi foi ungido por Samuel para ser rei em lugar de Saul que havia abandonado ao Senhor. Mas quando Davi foi escolhido por Deus e ungido por Samuel, somos induzidos a pensar que Davi saiu dali e já se tornou rei. Não foi assim. Demorou e muito. Na verdade Davi foi ungido três vezes, para depois se tornar rei plenamente.

Para quem é a unção real?

Vamos refletir sobre as três vezes que Davi foi ungido:

1ª unção: I Samuel 16.13, unção profética

A primeira vez que Davi foi ungido rei representa um chamado de Deus para sua vida. Foi um ato profético para levantá-lo como um grande rei. Esta unção o preparou para os desafios que enfrentaria pela frente até chegar definitivamente ao trono. Esta primeira unção foi ministrada pelo profeta Samuel, por isso consideramos uma unção profética de que Davi seria rei.
Logo em seguida a esta unção, Davi que ainda era jovem, começou a exercer a unção quando foi ser escudeiro real (I Samuel 16.21), tocou harpa para libertar Saul (I Samuel 16.23), matou o leão e o urso defendendo as ovelhas (I Samuel 17.34,35), venceu o gigante Golias (I Samuel 17.49-51), derrotou centenas de filisteus (I Samuel 18.7). Deus o livrava das mãos de Saul (I Samuel 19.18-24). Poupou a vida de Saul duas vezes tendo oportunidade de se vingar (I Samuel 24 e 26). Foi desprezado por Nabal, mas Deus castigou a este (I Samuel 25.2-38). Casou-se com Mical (I Samuel 18.20-28) e depois com Abgail (I Samuel 25.39-44). Sua família foi sequestrada pelos amalequitas e conseguiu resgatar a todos com vida (I Samuel 30.1-20).

A partir do momento em que foi ungido, Davi não ficou parado, começou a lutar e vencer exercendo o poder que já estava sobre ele. Foi crescendo gradualmente de pastor a escudeiro, depois músico, general e até ser um herói de seu povo. Em todos os postos que galgou até ser rei sempre foi o mesmo servo de Deus com coração de pastor. Davi não se envaideceu com o sucesso. Ele foi humilde do pastor até ao trono.
Esta unção mostra para nós que Deus nos unge preparando-nos para lutar e vencer. Quando somos ungidos não significa que não teremos problemas, mas sim que se o tivermos teremos a unção para nos ajudar.
A unção te capacita para lutar e vencer!

2ª unção: II Samuel 2.4, unção de autoridade real

Treze anos depois Davi foi ungido pela segunda vez quando já tinha 30 anos de idade (II Samuel 5.4). A segunda unção de Davi foi uma confirmação de que era o escolhido de Deus. Desta vez Davi foi ungido por homens que representavam o povo de Judá reconhecendo-o como rei, por isso esta é uma unção de governo, ou de autoridade real.
Após a segunda unção, Davi assume o reinado apenas sobre Judá a partir da cidade de Hebrom e governou por “sete anos e meio” (II Samuel 2.11), onde “seis filhos lhe nasceram em Hebrom” (I Crônicas 3.4) estabelecendo também a sua família (II Samuel 3.2-6). Enfrentou muitas adversidades dos inimigos externos e do próprio povo de Israel sendo vitorioso em tudo (II Samuel 3.1-4.1).
A segunda unção serviu para renovar a autoridade sobre Davi como rei. Foi um tempo de experiência enquanto reinava sobre Judá para depois então, estar preparado para reinar sobre todo Israel.
Às vezes queremos receber tudo de Deus de uma só vez e não é assim. É preciso uma caminhada de lutas e conquistas. Deus vai abençoando a cada dia e enquanto isso nos prepara para recebermos o melhor que Ele tem para nós. Se formos fiéis no pouco recebemos o muito (Lucas 16.10).
A unção de Deus te dá autoridade par vencer!

3ª unção: II Samuel 5.3, unção sacerdotal

Depois da segunda unção se passaram sete anos e meio (II Samuel 2.11) e Davi foi ungido pela terceira vez. Desta vez ele estava assumindo o trono de todo o Israel e definitivamente seria rei de seu povo “em Jerusalém, reinou trinta e três anos sobre todo o Israel e Judá” (II Samuel 5.4). Somando “o tempo que reinou sobre Israel foi de quarenta anos: em Hebrom, sete; em Jerusalém trinta e três” (I Crônicas 29.27). Nesta segunda unção, quem foi ungir Davi foram os anciãos do povo que eram líderes espirituais das famílias, por isso esta é uma unção sacerdotal.
A terceira unção de Davi é uma prova da sua fidelidade para com Deus e o Senhor o honrou. Conquistou Jerusalém e foi morar em Sião (II Samuel 5.7-9). Ali também teve mais filhos em Jerusalém (II Samuel 5.13-16). Em tudo prosperava “ia Davi crescendo em poder cada vez mais, porque o Senhor, Deus dos Exércitos, era com ele” (II Samuel 5.10). Continua vencendo os inimigos e é reconhecido até por outros povos como o rei de Israel (II Samuel 8 e 10).
Após esta unção ele conseguiu trazer a Arca da Aliança ao monte Sião e restabelecer o culto ao Senhor (II Samuel 6.15). Com este ato, Davi alcança mais que autoridade política, consegue ter influência espiritual sobre seu povo. Esta unção foi de autoridade espiritual. Por isso Davi toma este papel de adorador e sacerdote no meio de seu povo. Fez uma aliança com Deus e preparou a construção do templo (II Samuel 7.1-29).
Mesmo ungido por Deus Davi ainda enfrenta problemas que são consequências de erros do passado. Foi desprezado por sua mulher Mical, por ter cultuado a Deus em público e com isso teve o livramento de ter em seu sangue um descendente de Saul (II Samuel 6.20-23). Passou por uma queda espiritual quando adulterou com Bete-seba (II Samuel 11). Enfrentou um incesto entre seus filhos (II Samuel 13.1-22) e consequentemente Absalão mata Amom seu irmão (II Samuel 13.23-36). Depois seu filho Absalão se levantou para derrubar Davi do trono (II Samuel 15.10-14), mas este morre lutando contra seu pai que chora muito por isso (II Samuel 18.19-33).
Embora Davi tenha conseguido ser rei sobre todo o Israel, ainda não tinha assumido o sacerdócio de sua própria casa, deixando a desejar em sua família. Ganha o trono, mas deixa desmoronar o seu lar. Davi quase perde sua unção por causa do pecado e chega a sair de Jerusalém, mas volta como rei reconhecido por seu povo (II Samuel 19.11-43).
Deus quer nos ungir com autoridade espiritual para ministrar às vidas. Precisamos aprender a exercer o poder espiritual que temos através da unção de Deus. Não podemos achar que estamos prosperando e esquecer-se de ser vigilantes quanto ao pecado.
A unção te dá autoridade espiritual!

Deus te ungiu para vencer!

CONCLUSÃO

I Crônicas 17.27 “Sê, pois, agora, servido de abençoar a casa de teu servo, a fim de permanecer para sempre diante de ti, pois tu, ó SENHOR, a abençoaste, e abençoada será para sempre”.

Um rei para ser completo devia ter estas três qualidades, profética, real e sacerdotal. Por isso Jesus recebeu dos magos “ouro, incenso e mirra” (Mateus 2.11), pois é rei, profeta e sacerdote. Somente depois de muita luta, Davi assume o reinado em todo Israel, mas começa a perder sua família. Então assume o sacerdócio de seu lar aprendendo a interceder por sua família. Termina sua vida cheia de bênçãos e na presença do Senhor (II Samuel 23.1-7).
O rei tem autoridade para fazer cumprir a vontade de Deus. Davi compreendeu isso e por este motivo se tornou o maior rei de toda a história de Israel. A unção real é para pessoas que precisam de autoridade para vencer. A unção te autoriza a ser vitorioso e a conquistar o propósito de Deus para você.
Quem nos unge é o rei dos reis e Senhor dos Senhores. Assim como em Davi, a unção de Deus se renova sempre em nossas vidas para nos ensinar a enfrentar os obstáculos e fortalecer para o crescimento de sua obra.
Deus pode te ungir quantas vezes forem necessárias para te capacitar para exercer seu ministério. Quantas vezes você já foi ungido por Deus? O que aconteceu? A cada unção é uma nova conquista!

Receba a unção real para sua vida!

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Citações Bíblicas: Bíblia Revista e Atualizada, Sociedade Bíblica do Brasil.


Rev. Welfany Nolasco Rodrigues

Pastor Metodista. 44 anos. Casado com Ássima, pai de Heitor e Hadassa. Natural de Muriaé MG. Bacharel em Teologia pela UMESP.

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