Tema: LIBERTAÇÃO
2Coríntios 10.3-5 “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. As armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus para destruir fortalezas, anulando sofismas e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.”
Introdução: Todos
os cristãos, até os mais piedosos, enfrentam pensamentos inconstantes:
distrações na oração, durante o culto, na leitura bíblica, ou mesmo em momentos
de comunhão com Deus. Esses pensamentos são motivo de aflição para muitos.
John
Wesley, se preocupava e pregava sobre a vida de santidade, buscando o que
chamava de “Perfeição Cristã”, com a luta contra o pecado em todas as formas,
tanto ações, como palavras e pensamentos. Para isso, John Wesley ensinava como
a entender as causas dos pensamentos e como devemos lidar com eles diante de
Deus.
Como controlar os pensamentos?
Vamos refletir no ensino de
John Wesley no Sermão 41 – Os pensamentos inconstantes:
1. O que são os Pensamentos Inconstantes?
Os
pensamentos inconstantes são aqueles que tentam entrar em nossa mente, mas que
devemos resistir.
Dois tipos de pensamentos:
Pensamentos que nos afastam de Deus
o Originam-se
na natureza pecaminosa do homem.
o Exemplo:
imaginar coisas mundanas enquanto deveria buscar a Deus.
Pensamentos que se afastam do dever presente
o Surgem
quando o foco deveria estar na oração, na leitura da Palavra ou no culto.
o Exemplo:
lembrar de tarefas enquanto ora ou canta no culto.
Na
tentação no deserto, Jesus teve influência de sensações do corpo, como fome; sentidos da alma, com emoções e
principalmente espiritualmente. Jesus combateu cada tentativa do inimigo com o
poder da Palavra de Deus, sobrepondo os enganos (Mateus
4.1-11).
O
mundo atual tem preenchido a mente das pessoas com distrações e coisas
pecaminosas que estão lotando o pensamento humano com inutilidades. O excesso
de conteúdo tem cansado e acelerado a mentalidade atual.
2. Causas dos Pensamentos Inconstantes
Precisamos
ter discernimento para entender a origem dos nossos pensamentos. Se eles vieram
de sua própria mente ou foi colocado ali por alguém.
Os pensamentos podem ser:
- A corrupção interior do coração humano
(Marcos 7.21-23; Romanos 7.19-23).
- A fraqueza física (doença, fadiga,
alimentação – John Wesley argumentava amplamente sobre isso).
- A influência do ambiente e das
distrações externas – coisas do mundo (Romanos
12.1,2).
- A ação espiritual do
inimigo (Lucas 11.24-26 ; Efésios 6.12).
Quando
entendemos a origem dos pensamentos, conseguimos reagir a eles, tratando de
forma correta e muitas vezes resistindo para vencer (Tiago 4.4-8).
3. Pensamentos Inconstantes são Pecado?
John
Wesley considerava que a origem do pensamento e o destino que damos a eles
definem se é ou não pecado.
Pensamentos involuntários
- Não são pecado se não forem consentidos,
vindos da fraqueza do corpo ou ambiente.
- Devem, porém, ser lamentados e combatidos.
Pensamentos consentidos ou acolhidos
- Se cultivados ou não rejeitados, tornam-se
pecaminosos.
- Ex: vanglória, inveja, cobiça, ira – as
obras da carne (Gálatas 5.19-21).
Um
pensamento ruim pode vir, mas se resistirmos e ocuparmos nossa mente com coisas
que edificam, então conseguimos vencer.
4. Como vencer os maus pensamentos?
Deus pode libertar-nos dos pensamentos consentidos e nos dar “domínio próprio” (Gálatas 5.23). Os pensamentos involuntários podem diminuir com o tempo, mas não cessar completamente nesta vida.
- Examine seus pensamentos: Eles afastam você de Deus, da adoração ou da obediência?
- Identifique a causa: estão relacionados à carne, ao ambiente, ao cansaço?
- Reaja com oração e obediência: Ore pedindo força para resistir aos pensamentos pecaminosos. Capture e redirecione os pensamentos, conforme a exortação de Paulo.
- Seja paciente consigo mesmo: A santificação é gradual; espere libertação dos pensamentos maus, mas reconheça a fragilidade do corpo. Por isso é preciso buscar MATURIDADE espiritual, para não ser como crianças que não conseguem se concentrar (1Coríntios 13.11 e Romanos 16.19).
A
graça de Deus nos sustenta enquanto lutamos contra esses pensamentos (2Coríntos 12.7). Buscando a cada dia ter a “mente de Cristo” (1Coríntos
2.16).
Conclusão
Filipenses 4.8 “Finalmente,
irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo,
tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma
virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de
vocês.”
Wesley
oferece consolo: pensamentos involuntários não comprometem sua comunhão com
Deus. Ao mesmo tempo, ele destaca nossa responsabilidade de buscar liberdade
dos pensamentos que corrompem. O chamado é: levar cada pensamento à
obediência de Cristo, confiando na graça e perseverança no processo de
santificação. O louvor é uma arma poderosa, que preenche a mente e traz a
presença de Deus, como Senhor de nossos pensamentos.
Você
já se sentiu culpado por pensamentos que surgem durante a oração? Como reagiu?
Ore por vigilância mental e espiritual (Mateus 26.41).
Não desanime com a distração involuntária:
ela
não afasta você de Deus.
Treine o foco no dever presente: medite,
leia com atenção, ore com o coração.
Busque encher sua mente com a Palavra (Hebreus 4.12).
Pratique a disciplina espiritual diária: mente
e corpo aprendem a obedecer com o tempo, colocando o “capacete da Salvação” (Efésios
6.15).
A
presença de pensamentos inconstantes não é prova de condenação, mas um lembrete
da nossa fraqueza e da necessidade da graça. Deus deseja transformar até nossos
pensamentos e nos ajudar a levá-los cativos à obediência de Cristo.
Persevere!
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Citações
Bíblicas: Bíblia
Revista e Atualizada, Sociedade Bíblica do Brasil.
WESLEY,
J. Sermão 41 - Os pensamentos inconstantes. Disponível em:
<https://www.metodista.org.br/content/interfaces/cms/userfiles/files/documentos-oficiais/SERMAO_41_OS_PENSAMENTOS_INCONSTANTES.pdf>.
Acesso em: 30 jun. 2025.